segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Do que o tempo não apaga!


Saudades!
Daqueles tempos de escola
Em que uma de nossas maiores preocupações
 era descobrir o “X” da equação,
como se ali,
descobríssemos também o “X”
da questão
(da vida)

Da certeza de que eu teria sempre
sua longa audição
para meus pequenos tormentos

E da sua voz
que apesar de muitas vezes cansada
sempre repetia:
“Que foi, menina...?”

Amor é o fim





"Me perguntaram algumas vezes se estou feliz. Não penso nesses termos. Tá intenso. É assim que se ..."

(Do blog André Newmann )

...Um texto, eu diria... intenso, por conseguir expressar tudo o que o ator-personagem sente, (e que por isso, eu diria também que é um tanto quanto...inusitado!) e por conseguir embalar o leitor, ao mesmo tempo em um "caldeirão de milhares de sensações sentidas".
 

Assim como essa cena da minissérie, uma das mais lindas... e digna de lágrimas (pelo menos pra mim!)

...Enfim, "parafraseando" o autor, queria postar isso aqui. Tá aí!

E Ctrl+Cndo e Ctrl+Vndo-lhe de novo: "Todo blog é uma praça. Tem passarinho, balanço, sorveteiro e cocô de cachorro. Tem horário marcado e freiada brusca na rua em frente."



P.S.: "Temos a arte para não morrer da verdade."
         (Friedrich Nietzsche)

Assino em baixo!






"Já faz um tempo que eu queria te escrever um som"... mas esse é um dos benefícios da música... quando a gente perde o tom, ela vem, em nosso silêncio mais íntimo, encontrá-lo!

domingo, 14 de novembro de 2010

De tão lindo chega a doer!

Sou Você
(Caetano Veloso)  

Mar sob o céu, cidade na luz
Mundo meu, canção que eu compus
Mudou tudo, agora é você

A minha voz que era da amplidão
do universo da multidão
Hoje canta só por você

 
Minha mulher, meu amor, meu lugar
Antes de você chegar
era tudo saudade

Meu canto mudo no ar
Faz do seu nome hoje o céu da cidade


Lua no mar, estrelas no chão
A seus pés, entre as suas mãos
Tudo quer alcançar você

Levanta o sol do meu coração
Já não vivo, nem morro em vão
sou mais eu por que sou você


Minha mulher, meu amor meu lugar
Antes de você chegar
era tudo saudade
Meu canto mudo no ar
Faz do seu nome hoje o céu da cidade

Lua no mar, estrelas no chão
A seus pés, entre as suas mãos
Tudo quer alcançar você.







Há muito a procurava (desde que vi o filme... há muuuuito tempo atrás!), não lembro se tinha encontrado...acho que sim! Mas agora, que por acaso (re)encontreei, estou sem folêgo...linda, linda, linda... perfeita em tudo... Não pederia deixar de vir pra coleção.


Vídeozim no youtube:http://www.youtube.com/watch?v=8QKlS1hTZRo

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Sinfonia
       
        Por conta de crescente aperto nas finanças, pouco a pouco tiveram que se desfazer dos móveis e utensílios, a começar pelos menos essenciais. Até que venderam o piano de gabinete, que ocupava espaço, mas preenchia o tempo vão com ledos solfejos e suaves sustenidos.
       
No lugar, puseram uma mesa sem graça de madeirite a esgarçar-se. Nela, a pianista se punha como antes. Nos mesmos horários, deslizava os dedos – com a costumas habilidade – pela superfície de teclas imaginárias. Inclinava a cabeça, fechava os olhos, balançava o corpo, às vezes cantarolava, mas na mesa não resvalava, tocava ou triscava.
       
Os demais da casa mantinham a mesma rotina. Punham-se calados ao chá ou café, ao tricô ou crochê, ou apenas folgavam deveras ao som do instrumento ausente.
       
Não custa que logo, logo, empolgada e distraída, a moça tocou mais forte o teclado. A melodia inebriou mais ainda os presentes. As notas trouxeram não sei que contentamento. Preencheu espaços da casa e transbordou pela confusa e incrédula vizinhança.

(Abilio Pacheco)

sábado, 30 de outubro de 2010

Gostos se discutem!

(...)

- Eu gosto de Clarice!...

- Você consegue senti-la?? Ela... ela é profunda!









P.S.: Parece clichê, mas devo dizer que Clarice Lispector não é questão de entender, mas de sentir... não consegue entendê-la quem não a sente... E me surpreendeu encontrar,assim despretenciosamente,quem concordasse...
;)



sábado, 23 de outubro de 2010

Black - Pearl Jam

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Hey, oh
 
Sheets of empty canvas, untouched sheets of clay
Were laid spread out before me as her body once did
All five horizons revolved around her soul
As the earth to the Sun
Now the air I tasted and breathed has taken a turn

Oh, and all I taught her was everything
Oh, I know she gave me all that she wore
And now my bitter hands chafe beneath the clouds
Of what was everything?
Oh, the pictures have all been washed in black,
tattooed everything

I take a walk outside
I'm surrounded by some kids at play
I can feel their laughter, so why do I sear

Oh, and twisted thoughts that spin round my head
I'm spinning, oh, I'm spinning
How quick the Sun can, drop away
And now my bitter hands cradle broken glass
Of what was everything?

All the pictures have all been washed in black, 
tattooed everything
All the love gone bad turned my world to black
Tattooed all I see, all that I am, all I will be, yeah

Uh huh, uh huh, oh

I know someday you'll have a beautiful life, 
I know you'll be a star
In somebody else's sky, but why, why, why
Can't it be, can't it be mine

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Momento




Para
                
a dor que agora 
                   
  sucumbi 

                em nenhuma nota                 
                                                                                                
(de todas as canções)

alcanço alguma expressão.



No entanto

cada vez mais

me afogo

nessas ondas (sonoras)

que insistem

    em me levar...


segunda-feira, 11 de outubro de 2010

(...)


É o Que Me Interessa- 
Lenine

Daqui desse momento             
Do meu olhar pra fora
O mundo é só miragem
A sombra do futuro
A sobra do passado
Assombram a paisagem.

Quem vai virar o jogo
E transformar a perda
Em nossa recompensa
Quando eu olhar pro lado
Eu quero estar cercado
Só de quem me interessa.

Às vezes é um instante
A tarde faz silêncio
O vento sopra a meu favor
Às vezes eu pressinto e é como uma saudade
De um tempo que ainda não passou
Me traz o seu sossego
Atrasa o meu relógio
Acalma a minha pressa
Me dá sua palavra
Sussurra em meu ouvido
Só o que me interessa.
 
A lógica do vento
O caos do pensamento
A paz na solidão
A órbita do tempo
A pausa do retrato
A voz da intuição
A curva do universo
A fórmula do acaso
O alcance da promessa
O salto do desejo
O agora e o infinito
Só o que me interessa.



sábado, 18 de setembro de 2010

Insônia

A noite traz consigo
o silêncio 
que sempre fala mais.
(Porque cala...)

Imperando toda sua maestria,
balbucia...
dando todas as respostas
que até então,
para o dia, 
não haviam...!

terça-feira, 7 de setembro de 2010

A um Ausente

Tenho razão de sentir saudade, tenho razão de te acusar. Houve um pacto implícito que rompeste e sem te despedires foste embora. Detonaste o pacto. Detonaste a vida geral, a comum aquiescência de viver e explorar os rumos de obscuridade sem prazo sem consulta sem provocação até o limite das folhas caídas na hora de cair. Antecipaste a hora. Teu ponteiro enloqueceu, enloquecendo nossas horas. Que poderias ter feito de mais grave do que o ato sem continuação, o ato em si, o ato que não ousamos nem sabemos ousar porque depois dele não há nada? Tenho razão para sentir saudade de ti, de nossa convivência em falas camaradas, simples apertar de mãos, nem isso, voz modulando sílabas conhecidas e banais que eram sempre certeza e segurança. Sim, tenho saudades. Sim, acuso-te porque fizeste o não previsto nas leis da amizade e da natureza nem nos deixaste sequer o direito de indagar porque o fizeste, porque te foste.

Carlos Drummond de Andrade

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Coleção de achados e perdidos


Rua Ramalhete
(Byafra)

Sem querer fui me lembrar
De uma rua e seus ramalhetes
O amor anotado em bilhetes
Daquelas tardes...
No muro do Sacré-Coeur
De uniforme
E olhar de rapina
Nossos bailes
No clube da esquina
Quanta saudade...
Muito prazer
Vamos dançar
Que eu vou falar
No seu ouvido
Coisas que vão fazer
Você tremer
Dentro do vestido...
Vamos deixar
Tudo rodar
E o som dos Beatles
Na vitrola...
Será?
Que algum dia
Eles vêm aqui?
Cantar, as canções
Que a gente quer ouvir?...







Uma (das tantas) da coleção de músicas que eu escuto (no rádio...), gosto e salvo fragmentos da letra nos rascunhos do cel. pra não esquecer... Não havia resistido ao assalto do celular, mas essa semana ouvi no rádio... Esse "bichinho" tem essa virtude além de tantas outras!
...Ela é bonitinha!
;)

sábado, 31 de julho de 2010

Para complementar e finalizar...(ainda sobre o último post!)

“Cada pessoa que passa em nossa vida, passa sozinha, é porque cada pessoa é única e nenhuma substitui a outra. Cada pessoa que passa em nossa vida passa sozinha, e não nos deixa só, porque deixa um pouco de si e leva um pouquinho de nós. Essa é a mais bela, responsabilidade da vida e a prova de que as pessoas não se encontram por acaso”.
(Charles Chaplin)

domingo, 25 de julho de 2010

A um amigo!

Suas palavras eram como músicas
Que no ronco barulhento do mundo
Insistiam em cantar
(para mim)

Hoje,
Suas músicas ( o que restou!)
são apenas palavras

que o silêncio ensurdecedor
e a distância
insistem em calar...

(2008)

Nem que eu quisesse explicar...

O Que Será
(Chico Buarque)

O que será, que será?
Que andam suspirando pelas alcovas
Que andam sussurrando em versos e trovas
Que andam combinando no breu das tocas
Que anda nas cabeças anda nas bocas
Que andam acendendo velas nos becos
Que estão falando alto pelos botecos
E gritam nos mercados que com certeza
Está na natureza
Será, que será?
O que não tem certeza nem nunca terá
O que não tem conserto nem nunca terá
O que não tem tamanho...

O que será, que será?
Que vive nas idéias desses amantes
Que cantam os poetas mais delirantes
Que juram os profetas embriagados
Que está na romaria dos mutilados
Que está na fantasia dos infelizes
Que está no dia a dia das meretrizes
No plano dos bandidos dos desvalidos
Em todos os sentidos...

Será, que será?
O que não tem decência nem nunca terá
O que não tem censura nem nunca terá
O que não faz sentido...

O que será, que será?
Que todos os avisos não vão evitar
Por que todos os risos vão desafiar
Por que todos os sinos irão repicar
Por que todos os hinos irão consagrar
E todos os meninos vão desembestar
E todos os destinos irão se encontrar
E mesmo o Padre Eterno que nunca foi lá
Olhando aquele inferno vai abençoar
O que não tem governo nem nunca terá
O que não tem vergonha nem nunca terá
O que não tem juízo...


Em 15.9.92, ao tomar conhecimento do conteúdo de sua ficha no Dops-DPPS, em que há uma análise de "O Que Será", Chico Buarque declarou ao Jornal do Brasil: "acho que eu mesmo não sei o que existe por trás dessa letra e, se soubesse, não teria cabimento explicar..."

quinta-feira, 20 de maio de 2010

O Tempo e Eu

Ignorando a beleza dos instantes...
Perante um passado d`outrora distante
(aurora intensamente vivida)
Não soube discernir o que era belo...

Disfarçando-se de amigo
Deu-me sabedoria de gente grande
Para uma vida ainda intacta.

Falsas promessas!

Brigamos como amantes
E cortamos os laços

Como pedido de desculpas
Revelou-me que presente esquecido:
Futuro incerto!
E que nada pode ser desperdiçado
Quando o que se quer é o todo

Fizemos as pazes!

E como recompensa
Ofereceu-me a certeza dos dias...

O recomeço!

EU?!


Cortou os cabelos

abandonou as aulas

quer ser maria bonita

tem medo de lampião

e vive no escuro da fé

quer fazer rir

mas faz baixinho

não traz o que foi

deixa essência

de ontem

para ontem

um sorriso

um qualquer dia

um outro ano
P.S.: Joamir, amigo, obrigada!

Estão voltando as flores



"Vê, estão voltando as flores

Vê, nessa manhã tão linda

Vê, como é bonita a vida

Vê, há esperança ainda.”

(Paulo Soledade)

quinta-feira, 11 de março de 2010

Das Conversas que Tivemos!...

...E eu sempre retirava alguma coisa... Dessa vez, de quebra, uma nova palavra!
;)


(...)
-Às vezes, dá vontade de ser igual a todo mundo! Gostar de forró...
-Não! Continua por esse caminho... É novinha...! Isso é... Isso é "FINESE"!

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Childhood memories!

Nos tempos de criança...

As manhãs tinham gosto de fruta

retirada do pé,
as tardes de inverno tinham cheiro
de terra molhada e amarelinha...
E as de verão, eram pinceladas em meio aos desenhos
que se formavam no céu...

As noites guardavam sempre o brilho e o
segredo jamais revelado das estrelas...
E as horas eram sempre marcadas pelas pedaladas completas
que se dava de bicicleta...

Nos tempos de criança...

Era permitido sonhar!

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Planos compartilhados,
segredos nunca revelados que encontraram um porto
num olhar.
Palavras ditas,
músicas escritas em sonhos em comum...
E o tempo que ficou...
Ou fomos nós que paramos no tempo
e não aprendemos sobre a sua eterna transmutação?